quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre entrelinhas, reticências e outros quetais

E se o melhor que eu puder dizer pra você seja possível apenas por meio de comunicação não-verbal? E se eu não tiver um lápis, caneta ou laptop? E se você não entender minha língua, minhas gírias, minha gagueira ou meus cacoetes? E se nada que eu disser resolver teus problemas? E se eu falar o que você não quer ouvir? E se eu me negar a falar? E se as reticências forem mais relevantes do que as palavras? E se as coisas relevantes estiverem nas entrelinhas? E se o barulho lá fora for ensurdecedor? E se o silêncio aqui dentro for amedrontador? E se nada fizer sentido? E se fizer todo sentido? E se tua educação formal não te ensinou como ser humano? E se tua humanidade não te garantiu o profissionalismo? E se eu parar de te questionar? Sua inquietação terminará? Ou sentirá falta de uma nota dissonante?


Sendo assim, me despeço. Deixo como herança algumas entrelinhas e reticências. Faça bom proveito!

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*Este texto nasceu inspirado em um outro, chamado "reticências", escrito pela Maísa há um tempo atrás. Leiam aqui.

2 comentários:

  1. De nós quatro eu sou o maior usuário de reticências...uso tanto que aprendi a pensar entre três pontinhos...

    pontopontoponto

    ...

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  2. Eis um texto que destrói um ser humano.

    Algumas pessoas são reticências: nunca se sabe que caminho a frase tomaria se as reticências não tivessem sido usadas... e isto cria tantas interpretações...

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