Sempre que eu puder, vou trazer convidados para este espaço. É um modo muito saudável de manter a chama acesa. Dessa vez, quem fez a gentileza de escrever um texto especialmente para nós é a jovem Thaís de Caux. Ela se apresenta ao final do texto. Comentem!
"Pulso"
por Thaís de Caux
Os cães latiam ao fundo. A parede, que um dia fora azul, já estava desbotada. O menino não mais dormia, só fazia chorar e chorar com todo aquele barulho. Em verdade, eu não sabia que horas eram - dia ou noite? - Há três dias não saía de meu quarto. Até que ouvi um chamado.Uma voz ao longe parecia gritar meu nome, e eu só ouvia aquele eco repetido periodicamente.
Minutos depois, a voz se tornaria mais próxima, mas eu não podia reconhecer aquele som. Parecia-me familiar, mas estranho. Neste momento, já não havia mais latido de cão ou choro de criança. Tudo se havia apagado lentamente. As luzes foram-se embora junto aos sons. E, de repente, senti-me vazio, invadido por uma paz momentânea.
*silêncio*
Também senti medo, porém a voz voltou docemente a me dizer coisas, acalmando-me. Não podia entender o que estava acontecendo, mas não queria mais voltar do estado em que encontrava-me. Sentia-me leve como nunca. Fechei meus olhos... imagens de toda a minha vida retornaram à minha memória como se estivessem, de fato, acontecendo novamente. Aquela música invadia-me como se tocasse minhas vísceras. Meu coração palpitava lentamente, seguindo fielmente seu ritmo.
Então abri meus olhos.
Os cães latiam novamente.
O menino batia à minha porta.
Thaís de Caux, 18 anos. Já quis ser escritora, jornalista, publicitária.
Por mais estranho que pareça, estuda Farmácia.
Quando quer cuspir algo de dentro dela, é pra lá que vai:
www.decauxthaisr.blogspot.com
Por mais estranho que pareça, estuda Farmácia.
Quando quer cuspir algo de dentro dela, é pra lá que vai:
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o pulso que pulsa sem pulsar.
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