terça-feira, 18 de maio de 2010

A memória que esquecemos

Onde está a máquina que registra nossas inquietações?
E o scanner que captura nossas dúvidas?
Cadê o gravador de nossas lástimas?
Cadê o filtro que dilui nossas culpas?

Em que tipo de papel foi escrita nossa história?
Quantos megabytes tem nosso disco de memória?
Qual é o sistema que processa nossos dados?
Em que programa eles foram formatados?

3 comentários:

  1. será que algum dia já soubemos?


    adorei! sempre fico 'procurando' uma melodia pra estas coisas que vc escreve.

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  2. sejamos honestos: a tecnologia ocupa um espaço decente na vida de um ser que outrora era suprido por outras desgraças. se hoje é o twitter, outrora era o jogo e a cachaça. não sejamos tolos para falar que a ignorância e a desgraça existe à partir de hoje. ela sempre existiu e sempre existirá. o grande problema que é colocado é que nunca antes na história do nosso mundo nós a enxergamos. e a exergamos em tempo real. se antes precisávamos de um baseado, hoje só precisamos responder ao "what’s happening?". se antes escrevíamos, hoje nos reduzimos a 140 caracteres ou a um álbum que mostra tudo aquilo que você não é no orkut. nossas banalidades é que chegaram ao ápice, não nossas sagradas invenções. eu sei que são analogias, mas sejamos honestos em fazê-las. se existe culpa, a culpa é nossa. se existe burrice, ela também é das pessoas que pensam e admitem tudo. portanto, entremos na mesma descarga, caríssimo: fomos todos formatados! e de nada adianta recuperar as tão e sonhadas memórias dos poetas e filósofos que deixaram-nos seus legados se não existem campos de aplicação, não existem ouvidos para ouvir e mentes para entender e abstrair. fizemos do mundo um barraco. e só.

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  3. Uau!
    Mas isso aqui é só poesia mal escrita... :)~

    Sim, fomos todos formatados, mas memória é importante, senão caímos na vala comum de que pesquisa não vale nada (o ex-presidente da Fundação Butantan acaba de declarar algo assim). 140 caracteres são só recadinhos. O "what´s happening" substituiu o "what you´doing" porque a ferramenta decerto transcendeu a impressão de "repositório de banalidades". Serve por exemplo para jogar links destes que acabaram te trazendo até aqui. Em momento algum me eximi de culpa. A culpa é nossa. Mas veja: não é de tecnologia que estou falando. Veja que tem papel na história. Escrever um tratado numa centena de folhas e deixar dentro de uma gaveta não serve pra nada.

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