Eles queriam se casar, não por apenas se amarem, mas para provar outro sabor, um sabor de liberdade, de comunhão, de compromisso, de solidão. Eles queriam o limiar entre ser livres e estarem presos. Apesar de que presos não era a melhor definição para eles, eles definiam o futuro no casamento como ‘dividir o que não se divide: nossas particularidades.’. E por isso se casaram. Amavam um ao outro por amarem a mesma coisa: a liberdade.
Ele nunca concordou com o circo que é a cerimônia do casamento, nunca acreditou que estar casado é estar amordaçado, ou ser do outro, ou ser um só. Eram dois dividindo o que fosse possível. Ele nunca quis que ela fosse dele, ou vice e versa. Ele queria que ela vivesse, fosse livre, e partilhasse com ele o que pudesse. Quando resolveram se casar, decidiram ser diferentes, únicos. Fariam o casamento à moda deles.
Não precisavam de festa, de igreja, de padrinho, de amigos, de família... Fazia-se necessário apenas estarem lá, na hora marcada, e dizer 'SIM'. Resolveram não contar a ninguém; se casariam no civil, com quaisquer testemunhas, depois iriam ao cinema, adoravam filmes. E assim tudo aconteceu. Casamento no civil, e lua de mel no cinema com pipoca e refrigerante.
Quando saíram do cinema, o mundo parecia o mesmo: nem mais leve, nem mais pesado; era apenas o mesmo mundo. Eles se olharam, se abraçaram e seguiram em frente. Passaram por uma praça onde um grupo de amigos reunidos cantava, tocava violão e bebia. Resolveram juntar-se a eles; foram singularmente aceitos pelos estranhos. E durante toda aquela noite cantaram, se beijaram, conversaram... libertaram-se. Ele a viu como uma estranha, uma incógnita, sentiu um desejo por sua esposa que jamais experimentara. Ela estava linda, dançava sozinha, iluminada por uma lua encantadoramente medonha. Ela balançava-se como se o mundo fosse apenas ela, e nada mais. Seu corpo mexia em consoante com a música. Seu vestido traçava seu corpo, mostrava curvas que ele jamais vira: Ela era sublime. Levantou-se, foi até ela e pegou sua mão, puxou-a para perto de seu corpo, olhou-a nos olhos e sorriu. Colocou, então, sua mão direita sobre o peito dela. Sentiu os sons dos batimentos do coração. Fechou os olhos e os viu, viu seu peito pulsar, arrebentar a carne... explodir. Os sons de tudo o que era perto sumiu, apenas o silêncio era audível.
Ela o abraçou, passou seus braços pelo pescoço dele, chegou perto de seu ouvido e sussurrou algumas palavras: ‘enquanto você ouvir meu peito pulsar assim, toda e qualquer vez que chegar perto de mim, ainda seremos o que estamos sendo hoje: um sonho de liberdade. Eu o amo, Baby.’. Os olhos dele encheram de lágrimas, ele a pegou em seus braços e se deitaram na grama. Por um momento, a Terra girou por eles, pela força deles.
O homem que tocava violão, e estava singularmente bêbado, chegou perto dos dois e lhes entregou duas fitas, duas fitas vermelhas. Depois saiu. Eles se entreolharam, e riram-se... gargalharam. Ela então reparou no que carregavam em suas mãos, as alianças. Ela a tirou de seu dedo e disse: ‘se este for o símbolo de um casamento que fracassa, eu não as quero conosco. O quero livre, quero que me ame como quiser, e quando puder. Não carregaremos isto conosco. Sejamos como estas fitas vermelhas: leves e ardentes. ’. E assim eles colocaram as duas alianças numa caixinha, e a entregaram ao homem que lhes deram as fitas. E estas eles lançaram sobre um rio, que corria sob uma ponte. E ali, naquele instante, a comunhão se fizera. Eles conheceram o peso de amar, o peso do amor: apenas uma fita que voa. E enquanto se manterem fiéis às diferenças, a vida será uma dança sentimental, onde todo o som possível é o grito de desejo de um corpo que ama livre da prisão e amante do desconhecido.
Ela o abraçou, passou seus braços pelo pescoço dele, chegou perto de seu ouvido e sussurrou algumas palavras: ‘enquanto você ouvir meu peito pulsar assim, toda e qualquer vez que chegar perto de mim, ainda seremos o que estamos sendo hoje: um sonho de liberdade. Eu o amo, Baby.’. Os olhos dele encheram de lágrimas, ele a pegou em seus braços e se deitaram na grama. Por um momento, a Terra girou por eles, pela força deles.
O homem que tocava violão, e estava singularmente bêbado, chegou perto dos dois e lhes entregou duas fitas, duas fitas vermelhas. Depois saiu. Eles se entreolharam, e riram-se... gargalharam. Ela então reparou no que carregavam em suas mãos, as alianças. Ela a tirou de seu dedo e disse: ‘se este for o símbolo de um casamento que fracassa, eu não as quero conosco. O quero livre, quero que me ame como quiser, e quando puder. Não carregaremos isto conosco. Sejamos como estas fitas vermelhas: leves e ardentes. ’. E assim eles colocaram as duas alianças numa caixinha, e a entregaram ao homem que lhes deram as fitas. E estas eles lançaram sobre um rio, que corria sob uma ponte. E ali, naquele instante, a comunhão se fizera. Eles conheceram o peso de amar, o peso do amor: apenas uma fita que voa. E enquanto se manterem fiéis às diferenças, a vida será uma dança sentimental, onde todo o som possível é o grito de desejo de um corpo que ama livre da prisão e amante do desconhecido.
Mui belo...
ResponderExcluirNossa Ló isso sim é amor verdadeiro e td que todos precisamos e procuramos,lindo mesmo...Espero que as pessoas entendam que amor e liberdade andam juntos...
ResponderExcluirOk, Lorena, você conseguiu. Me emocionou! Parabéns, é uma bela estreia como membro do blog que tanto nos orgulha. Aproveito o comentário para comunicar as pessoas que nos visitam que a Lorena me substituirá durante o período em que me afastarei deste espaço. O motivo não poderia ser mais nobre e significativo: meu casamento. A Lorena soube bem representar o verdadeiro sentido disso tudo. Obrigado!
ResponderExcluirEu proponho a substituição em definitivo do Marcio pela Lorena.
ResponderExcluirSei que depois do casamento o Tio da Caneca vai voltar cheio de historinhas picantes, mas Lorena matou a pau aqui...
A Lorena é uma pessoa substituta! hahahaha
ResponderExcluir(entendeu, né, beibi?)
Ó, adorei o texto! O Márcio mecere!
Eugenio, quem foi que disse que você tem o direito de propor alguma coisa? E não faça pré-julgamentos sobre meus textos futuros! Hunf!
ResponderExcluirhahahahahaha!
ResponderExcluirObrigada pela confiança, Eugenio...
Mas queremos textos futuros do Márcio...hahaha
'tendi', Baby... >)
Poxa Lo, tô impressionada! rsrs
ResponderExcluirDe maneira tão doce vc escreveu como amor e liberdade podem caminhar juntos!
Lindo texto!
Adorei!
Parabéns!
Lo e teu cunho filosófico, muito bom Lo, parabéns ...
ResponderExcluirJefferson