sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Chame do jeito que quiser...

Eu me questionei sobre o valor ou a importância que possa ter a forma, conteúdo e função, porque um amigo me perguntou o que havia ganhado de aniversário e a minha resposta foi sobre o conteúdo e função, mas ele estava mais preocupado com a forma. Pois bem, ganhei um pen-drive com vários discos, entre eles o “Love” e o “Revolved” dos Beatles, “I'm not there”, trilha do filme do Dylan e “Racional”, do Tim Maia. Dizem que quando não damos importância a alguma coisa não pensamos nela. Acho que é verdade. Minha resposta não falava do pen-drive, só se referia aos nomes dos discos, e meu amigo então questionou se era em cd, lp ou mp3. Esta informação era meticulosamente importante pra ele. Particularmente, eu gosto do material físico, gosto do cd, do lp, das revistas, dos livros com páginas amareladas. Os e-books me incomodam, só leio em último caso. Já os mp3, adoro! São excelentes soluções pra quem não tem oportunidade de ter acesso à arte em geral ou pra quem quer ouvir música no caminho do trabalho ou da faculdade. Há um certo romantismo que me atrai em colecionar objetos, que não são só objetos para quem admira e vê genialidade naquilo que foi feito. Há romantismo em colocar o vinil pra rolar. Não é só a qualidade que influi nas nossas paixões pela forma, mas a emoção ao ouvir um disco ou ler um livro. A experiência que a audição proporciona não pode ser medida pela forma. Ao menos, não totalmente. A obra sustenta todo um processo de criação que deve ser dedilhado para alcançar cada emoção, sem ser injusto com o cartaz trash de um filme foda, por exemplo.
De que vale a forma sem a função? O fato é que somos limitados previamente por não notarmos todos os pontos de vista e entendermos quais as óticas utilizadas pra explicar verdades diferentes das nossas. Culturalmente e naturalmente, estamos pré-dispostos a avaliar, até para análise da primeira impressão, a forma, o material, a cor da embalagem. Alguns não conseguirão ver além dela e perceber o conteúdo e as funções se tornarão subjetivas e talvez incapazes. O que cabe ressaltar é que nós, enquanto humanos, estamos precisando de uma reforma no nosso modo de pensar sobre o conteúdo, antes que acabemos definitivamente com a embalagem que se tornou o nosso mundo, em que se salvam por pouco os que têm sensibilidade. A melhor forma de conter é funcionando.

2 comentários:

  1. Passagem de um filme.

    um cara abre a mão e pergunta ao outro: 'o que você está vendo?' o outro responde: 'a sua mão.'. O primeiro diz: 'enxergue além dos dedos.' e ai o outro conseguiu ver a parede!

    Às vezes faz-se necessário nos forçar a outras visões, até que multiplos pontos de vista se torne algo inevitável em nossas análises.

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  2. Fica a pergunta: é ou não genial esta garota?

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