domingo, 11 de janeiro de 2009

Faz toda a diferença

Tava acompanhando o post recente do Ramon sobre a mudança na grafia da palavra "idéia" (confesso que acentuei automaticamente) e me veio o caso do "apóio", o verbo, que virou "apoio", grafado de modo similar ao ato e jogando a responsa para o orador. Esta minha divagação acabou me fazendo recordar de casos que conheci há tempos e que demonstram como a interpretação faz toda a diferença no entendimento de algo. Um caso, que aprendi nas aulas do grande professor Rodolfo Nakamura, foi a frase "Eu não disse que ele errou", que tem cinco formas de ser compreendida, sem que se acrescente uma vírgula sequer, trabalhando apenas com a entonação. Para ilustrar, a entonação será representada com caixa-alta:

1) EU não disse que ele errou.
2) Eu NÃO disse que ele errou.
3) Eu não DISSE que ele errou.
4) Eu não disse que ELE errou.
5) Eu não disse que ele ERROU.

O segundo caso é exatamente o inverso. Na história, já popular, encontrada em muitos lugares pela blogosfera, as mudanças na pontuação são o que determina o destino da herança oferecida:

A Herança

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.'
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:
A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.
E isso faz toda a diferença...

Um comentário:

  1. eu acho que ele deixava a grana pra irmã. haha

    genial, genial!

    pontuar e colorir... e nunca mais parar!

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